Caros leitores, é sabido que estamos inseridos em uma sociedade tecnocientífica. É conhecido também que por estarmos inseridos nesta sociedade, sofremos impactos inescapáveis das aplicações tecnológicas. Atualmente, é raro encontrar alguém que não tenha um celular em mãos. E mais raro ainda encontrar quem não tenha acesso à internet por meio deste dispositivo, principalmente entre os jovens.
Pois bem, é inegável a comodidade e os benefícios que tal tecnologia nos fornece. Talvez, por serem tão evidentes e atrativos, os benefícios se sobrepõem a qualquer tipo de maleficio ou de aspecto negativo presente na utilização de celulares... E é aí que mora o perigo!
Neste post, quero tratar o conflito performático que existe entre dois territórios que são distintos, mas que coexistem: o virtual e o real. Expressamos diferentes identidades em cada território, afinal, em cada local temos o nosso senso de pertencimento. Mas e quando a sociabilidade virtual interfere na real? Isto é, e quando sua performance do mundo concreto é abalada pela virtual? Há a criação de um paradoxo, em que aquilo que aproxima e comprimi as distâncias, ao mesmo tempo cria barreiras e dificulta a criação de identidades. Afinal, só podemos criar nossas identidades a partir do outro, pois é a partir do contato com o outro que decidiremos que parte da nossa identidade manifestar, representar e etc... Mas e quando o outro está e não está ao seu lado? Como devemos nos manifestar? Como devemos expressar o nosso comportamento? Sendo assim, a nossa performance fica limitada, fica perdida. A imagem abaixo retrata reuniões com as mesmas pessoas em épocas distintas e como a sociedade tecnocientífica abalou as relações identitárias entre os indivíduos:
Isolados em suas ilhas virtuais cada pessoa restringe a sua performance no mundo concreto. O dinamismo das identidades fica comprometido à aquilo que é exposto do mundo virtual. A flutuação identitária decorre daquilo que vemos e absorvemos das nossas """"redes sociais"""". Um exemplo de fácil constatação deste impacto da sociabilidade virtual na performance do mundo real é o humor do individuo. Isto é, frequentemente, observamos as pessoas sorridentes e alegres na companhia de seu celular. Mas o ponto é: e quando a bateria se esgota? O sorriso e a alegria também se esgotam, enquanto o desespero e a tristeza afloram e impactam diretamente nas relações com as identidades que estão, de fato, ao seu redor. A expressão do seu comportamento, ou seja, a sua performance são alteradas.
Para não concluir, reescrevo a expressão "capitalismo e esquizofrenia" muito dita pela minha professora em sala de aula, como "virtualismo e esquizofrenia". Nem todos os zigzags identitários são absolutamente bons. Não saber dosar a alternância e o dinamismo do zigzag virtual x real implica em criação de divisas (intransponíveis). O virtual se torna esquizofrênico na medida em que pressupõe fim das distâncias, mas cria barreiras imensas..................
Em tempo:
Fonte da imagem: http://marketingnacozinha.com.br/2011/10/a-evolucao-dos-bares/
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